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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

INTERVENÇÃO NO CONSELHO LEONINO DE 11SET12

A composição deste Conselho Leonino resultou de um acto eleitoral participado quer no que respeita às candidaturas, quer no modo como os sportinguistas exerceram o seu direito de voto. Sem menosprezar os sportinguistas que integraram Conselhos Leoninos recentes, há muitos anos este que órgão não tinha as condições mínimas ideais para dar um contributo tão valioso ao executivo do clube.
Convém aqui recordar, para alguns que não saibam, que até à vinte anos atrás no Conselho Leonino tinham assento por direito, sócios do Sporting que desempenhavam funções e cargos em Federações e Associações desportivas.
Esta situação permitia que o clube tivesse força junto dos poderes de decisão. Um dos pilares da estratégia desportiva passava por estas condições, mas a incompetência de gestão desportiva trouxe-nos à situação em que estamos hoje. Urge alterar!
A composição do actual Conselho Leonino pode dar um contributo interno e externo desde que para tal surjam vontades comuns, confiança, lealdade e transparência.
No nosso ponto de vista, o inicio do mandato deu sinais positivos daqueles propósitos. Por isso, consideramos que o actual Conselho Directivo teve as condições para desempenhar as funções em paz e concórdia.
No entanto, não podemos deixar de referir a quebra da concórdia e lealdade ocorrida na última Assembleia-geral. É de condenar a falta de ética e de responsabilidade institucional por parte do Conselho Directivo.
Como é possível que um elemento do Conselho Directivo tenha aprovado o articulado da alteração dos estatutos (sem reservas) em sede de comissão e no Conselho Leonino do dia 6 Julho um Vice-Presidente tenha procedido do mesmo modo, mas chegados à Assembleia-geral o Conselho Directivo demarca-se da proposta.
Consideramos um insulto aos elementos que integraram a Comissão de revisão dos estatutos e em geral um desrespeito para com este órgão consultivo. Não nos esqueçamos que todos demos o máximo contributo para que a urgência que nos foi solicitada pelo Conselho Directivo fosse atendida.
Como é costume e usual dizer-se: foram os senhores que quebraram o estado de graça institucional.
No entanto, consideramos que ainda há tempo para precaver muitos erros e mais correcções.
Não nos esqueçamos de igual modo o repto / convite feito pelo Presidente do Conselho Directivo para que alguns Conselheiros Leoninos participassem nas reuniões e encontros com os núcleos. Houve Conselheiros Leoninos que manifestaram essa disponibilidade por escrito, no entanto que saibamos nunca foram contactados; parece-nos que esta situação também não é positiva.
Esta reunião do Conselho Leonino surge num momento marcante de factos internos e externos. Não sendo possível desenvolver todos os contornos num curto espaço de tempo e considerando que os primeiros estão ainda na fase de consolidação de processos, nomeadamente no futebol, vamos tecer algumas considerações de índole externa.
Em tempo oportuno (Abril) tive oportunidade de manifestar a necessidade de o Sporting aprofundar o relacionamento com alguns parceiros sócios da Federação Portuguesa de Futebol, nomeadamente a APAF. Fi-lo com a dupla responsabilidade de sócio, quer do clube, quer daquela associação, para além do facto de já ter sido dirigente da mesma.
Feito este enquadramento e de transparência que fique claro nunca votarei qualquer moção que vise denegrir as duas instituições, trata-se de um imperativo de associado.
Mas, estaremos à vontade para contribuir e aprofundar um debate sobre o que urge alterar na arbitragem. Por isso, um conselho aos dirigentes do futebol do clube: que tenham mais atenção aos documentos que apresentam sobre a temática, além do conteúdo, devem ser realistas e não demonstrarem uma deficiente preparação sobre a matéria.
Senhores Conselheiros,
O Sporting, por decisão dos dirigentes nas últimas décadas afastou-se dos centros decisão desportivos. Há quadros sportinguistas com competências para colaborarem no retomar do paradigma anterior, mas essa evolução faz-se com suporte em projectos e programas, nomeadamente no caso do futebol.
É desagradável constatar que o Sporting vai a reboque de personalidades que muito têm contribuído para o mal-estar no futebol, para não dizer que a sua carreira como dirigentes desportivos foi uma nulidade. Consideramos que o Sporting deve contribuir para o futuro do futebol em Portugal de uma forma clara, transparente e com ideias e programas de acção e não enfeudar-se em compromissos opacos.
Senhor Presidente, o senhor sabe muito bem que isso foi-lhe proposto.
A finalizar ficam algumas propostas que urge avançar aproveitando a vivência recente no Conselho Leonino.
- Propomos que a comissão base da revisão dos Estatutos avance de imediato com a elaboração do Regulamento Eleitoral;
- Propomos que uma outra comissão proceda à revisão do Regimento do Conselho Leonino;
- Por fim, que seja marcado tão breve quanto possível um Conselho Leonino onde se possam analisar e ouvir com sentido de responsabilidade as conclusões da comissão que procedeu à denominada auditoria. Consideramos que devem estar presentes os elementos que foram indicados pelos diferentes candidatos para integrarem aquela comissão.
Estamos cientes que este é um órgão que pela sua composição e as competências individuais que reunimos podemos em muito contribuir para o crescimento e fortalecimento do Sporting Clube de Portugal.
A unidade também se constrói na diversidade de opiniões e é de repudiar qualquer tentativa de vitimização só porque há alguém que pensa de forma diferente.
Obrigado pela vossa tolerância.

Viva o Sporting.

Zeferino Boal

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