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domingo, 29 de agosto de 2010

FAIR-PLAY


Festa sportinguista na qual participou o "magriço", José Augusto, tendo recebido um galhardete do Sporting.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

ESTREIA NA ARBITRAGEM

terça-feira, 24 de agosto de 2010

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

APODRECIMENTO CONTÍNUO - citando Hugo Ribeiro

Paulo Bento era "forever", Pedro Barbosa não dominava a arte do auto-marketing, Ricardo Sá Pinto era intempestivo, Carlos Carvalhal tinha "tarimba" mas não tinha estaleca nem carisma, Salema Garção estava cansado Marco Caneira foi encostado, João Moutinho era a maçã podre, Miguel Veloso amava o clube mas saiu por um preço sub-bebé. E Bettencourt? O discurso mudou, passou de amador entusiasta a sofredor, as palavras agora ecoam um tom laborioso, repetitivo e acima de tudo redundante, desgastado, acabou a ilusão mas "the show must go on".

Mudam-se os treinadores, dispensam-se os jogadores, é remodelado o modelo de gestão da SAD, trocaram o Director de Comunicação, três directores desportivos em um ano, querem criar canal de televisão e revista oficial, querem promover a "Marca Sporting" nos states... Querem promover o quê exactamente? Haverá quem queira comprar?

Como diria a canção "Everything Changes", bom, nem tudo, na equação Sporting podem entrar factores e sair outros, mas o factor JEB prevalece como que se fosse a única constante do universo. Nesta noite nas bancadas Bettencourt, tabagista como sempre, sugava a nicotina e disfarçava a sua impavidez e impotência a observar um filme que já todos viram na época passada, e ele secretamente desejaria estar algures, qualquer outro lugar, desde que não fosse ali, queria que o tirassem daquele filme, aquela longa-metragem que ele produziu (com o dinheiro do clube) mas que se adivinha ser mais um flop de bilheteira numa época festival uma vez mais dominada pelos "blockbusters" a cores vermelhas e azuis.

Moutinho no passado recente era maçã podre? Mas o ex-capitão também seria maçã podre quando encheu a banheira de Roterdão em 2005 e deu um festival de bola ao Feyenoord quando tinha apenas 18 anos? Seria ele maçã podre quando levantou duas taças de Portugal e duas Super-Taças? Seria ele um fruto podre quando conduziu a sua equipa nas quatro épocas pré-Bettencourt a quatro qualificações para a Champions?

Então, podemos deduzir que Moutinho nem sempre foi uma maçã podre, mas sim que alguém o apodreceu, alguém o estragou. O "jardim" de que fala o fruticultor de Alvalade seguramente será o Sporting, a sua Academia e o seu Estádio. O Sporting durante 4 anos ficou 4 vezes em 2º lugar, 4 entradas directas para a CL, e de todos os seus talentos apenas vendeu Nani por valores que na altura muitos terão inclusive achado exagerados.
Findos esses quatro anos, aportou no Sporting a demagogia Bettencourtiana, chegaram os "forever", chegaram os "quem não salta é lampião, allez", chegaram os "até os comemos", chegou "a cagança", chegaram os "discursos de adepto" à melhor moda de Alberto João Jardim, discursos de um adepto que sem saber ler nem escrever se tornou presidente e em 12 meses conseguiu destruir a herança do seu antecessor desbaratando uma equipa, fragilizou terminalmente um treinador que ele dizia amar e que tinha desfrutado de quatro anos de solidez com o regente anterior.

Num acto de desespero total, num ataque de pânico, numa tentativa desesperada de recuperar o clube da mediocridade a que o submeteu e devolver o mesmo à mediania em que o encontrou, eis que ele decidiu alterar tudo. Custe o que custar, afinal de contas, o gestor é aquele que brinca ao monopólio com o dinheiro dos accionistas, seja onde for, custe o que custar.

Dispensou jovens, como bom fruticultor que é decidiu vender os talentos ao preço da "uva mijona",e decidiu fazer limonada com limões velhos quando contratou jogadores sem margem de progressão nem capacidade para se valorizarem no mercado, e ao mesmo tempo apostou forte em mais marketing. Um ano depois das apresentações dos novos adeptos - a maioria dos quais nem sequer paga as quotas - decidiu apostar na abordagem Hollywoodesca com produções recheadas com elencos de luxo e supervisionadas pela "Garage" e eis que vieram César Prates, Beto Acosta, De Franceschi, etc. Será ainda o Sporting um clube de futebol ou será agora uma multinacional mal gerida que agora atravessa uma crise de meia idade onde quer tentar algo completamente diferente e agora se julga a "Tobis de Alvalade"? Em Alvalade empregam-se futebolistas e dirigentes desportivos ou fazem-se pós graduamentos em marketing?

A época correu mal? Então convém alguma "maquilhagem" trazendo as caras novas para trazer "a nova ilusão", e as caras vieram, vieram os monstros sagrados do Sportinguismo; Costinha, Nuno Valente, Jorge Cadete, Maniche, etc. Com a cara lavada, a época anterior foi esquecida e da próxima vez não falhariam, pelo menos convém que quem paga as Gameboxes acredite nisso.

Era necessário terapia de choque, se o que tinha funcionado entre 2005 e 2009 havia deixado de funcionar em 2010 então porque não destruir tudo? Custe o que custar... Porquê manter titulares indiscutíveis como Moutinho, Veloso e quem sabe... Patrício quando se poderia ir buscar jogadores na recta final das suas carreiras? Porque não?

O importante é fazer algo radicalmente diferente. O clube está atrelado a uma divida de 400 e tal milhões de euros, mas se a época corre mal então algo tem que ser feito, José Eduardo Bettencourt começa a fazer lembrar Bill Clinton pelas piores razões, pois parece que só faz algo quando os media estão por perto, só faz terapia de choque quando é preciso distrair as atenções dos seus falhanços. Depois do ex-presidente americano, eis que surge um outro "Photo-Oportunity President" pois a vida para alguns não vale a pena ser vivida a menos que seja capturada para a posteridade de forma fotogénica e telegénica. Ora venham daí 7 milhões para o Pongolle e no final do verão vendem-se os "podres" para financiar os Pongolles, Torsiglieris e tutti quanti, e quem sabe uns Corradis e mais um central, mais um goleiro, enfim, venham muitos mais pois o importante é a percepção da ilusão, há que dar espectáculos à plebe no "Coliseu das contratações", há que encontrar os Herri Batasunas desta vida e apontar-lhes o dedo, convém fazer tudo isso e depressa antes que a plebe se vire contra o seu César.

Paulo Sérgio a partir dos 70 minutos perdeu a calma, irrequieto, a suar profusamente, denunciava a sua ansiedade depois de poucos meses antes prometer que estava "ali para ser campeão" e não para "discursos lamechas" nem "para encurtar distâncias". Mas no final do jogo o discurso dele fazia lembrar o discurso de analista positivista, o mesmo discurso que outro Paulo utilizava entre Agosto e Outubro da época transacta. Regressaram os clichés "não vencemos, MAS" existe sempre um mas, "merecíamos outros resultado", talvez a derrota por 0-2 ou 1-2? Também "fizemos coisas boas", "há que levantar a cabeça", "vamos dar a volta por cima", o "grupo está unido" etc. ... afinal esquecendo o resultado o que mostrou o Sporting esta noite? Ausência de fio de jogo, alívios constantes da defesa para o meio campo ao melhor estilo de um Everton de 3 ou 4 décadas atrás, e remates à baliza que parecem ter sido ensinados por um otorrino tantas foram as vezes que acertaram nas orelhas do esférico.

O Sporting para justificar a sua mediocridade nos passados 12 meses tem falado muito de orçamentos, será que o Sporting de Braga tem um orçamento superior ao Sporting de Lisboa? Será que o Paços de Ferreira tem uma tesouraria mais abastada que o clube de Alvalade? Desculpas, manobras de diversão, alibis e muito marketing é o que abunda no 3º andar do Multideportivo, alibis que não serão herméticos eternamente, a paciência começa a esgotar-se, os adeptos estão cansados de uma direcção tecnocrática e burocrática que se exprime com um dialecto economicista e usa metáforas contabilísticas para justificar a sua inépcia.

O problema será orçamental, será uma questão de talento, uma questão de infra-estrutura? Os verde-e-brancos entraram em campo com dois dos melhores laterais do país, dois centrais promissores embora um deles tenha rendido Pedro Mendes na sua posição habitual, um Maniche movido a pilhas Duracell, um Matías que é inconstantemente genial pelo meio mas que não encaixa nem nas alas nem no miolo de um 4x4x2 clássico. Um Valdés que indiscutivelmente tem classe e dois avançados que em forma estão ao nível do clube que representam. Então porque perdeu o Sporting?

Moutinho alegadamente terá dito que o "Sporting era uma merda" e que faria tudo para sair do clube, quem hoje viu Sporting jogar, quem viu os de Alvalade adormecer na Dinamarca e estremecer em Alvalade nos 2 jogos anteriores, poderão essas pessoas questionar a "podridão" de Moutinho? A podridão como lhe chama Bettencourt é a ambição de querer mais, de estar insatisfeito com a mediocridade, querer mais é algo que parece estar para além do Sporting dos passados 15 meses. Haverá mais maçãs podres em Alvalade e será que o supervisor de jardinagem terá culpas no cartório? Para quem é ambicioso e tem talento, permanecer neste Sporting deve de facto ser um martírio profissional. Moutinho não se transferiu para fora do Sporting, Moutinho evadiu-se para fora do Sporting, e a menos que os verdadeiros podres sejam banhados com DDT, outros ambiciosos se quererão evadir desta Ilha do Diabo no Lumiar plantada.

Na última década o Sporting tornou-se um trampolim uma "stepping stone" para que os jogadores jovens ambiciosos se pudessem mostrar e depois dar o salto, assim foi com Ronaldo, Nani, Quaresma, Viana, etc mas tal tem sido o naufrágio leonino no último ano que agora os talentos nem sequer procuram refúgio no estrangeiro e contentam-se em procurar asilo político noutras equipas portuguesas. Até onde poderá descer este Sporting, estará longe o dia em que algum dos seus jogadores vai submeter um pedido de transferência pedindo para ir para o SC Braga porque quer lutar pelo título? Estará distante o dia em que os ex-juniores preferem ser emprestados a ficarem numa equipa leonina que roda com os pneus na lama mas por mais que acelere, por mais que gaste, por mais que contrate, por mais que demita ou dispense simplesmente não quer mudar de condutor e prefere levar o seu automóvel ao stand para trocar metade das peças todos os verões?

A vida é como uma piscina, numa margem temos pé e na outra temos que saber nadar. O Sporting é uma piscina muito funda e onde os nadadores amadores estão condenados ao fracasso se entram nas águas profundas com nada mais do que algum entusiasmo e idealismo. Bettencourt há muito que não tem pé na piscina verde-e-branca, desde que foi eleito que se tem vindo a afogar publicamente e espalhafatosamente, e para mal dos seus pecados agarrou-se ao Sporting e está a levá-lo com ele para o fundo, está a ser uma submersão dolorosa, lenta e francamente embaraçosa.

Um clube supostamente grande que não vence na Mata Real na psicologicamente sempre tão importante 1ª jornada então dificilmente poderá aspirar a algo mais que outro 4º lugar. Não há marketing nem ilusão que mude isso, nem há adepto que gaste dinheiro a consertar um navio que se prepara para naufragar, outra vez. Que se lixem as aulas de natação, venha daí mais cagança, mais chavões, mais clichés e mais uns Corradis antes que a plebe vá em busca do seu Nero enquanto Alvalade arde a céu aberto e o seu Imperador toca a sua harpa do desejo, à vista das labaredas que ele próprio fomentou.

RECORDANDO AS CLAQUES NOS ANOS OITENTA


domingo, 22 de agosto de 2010

SPORTING LUANDA



Imagens do Sporting de Luanda no final da década de noventa.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

terça-feira, 17 de agosto de 2010

SLIDE

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

RECORDAR O PASSADO COM IVKOVIC

Ivkovic. "Nas Antas o balneário cheirava sempre a bagaço...”

por Rui Tovar, Publicado em 11 de Agosto de 2010

O guarda-redes croata faz 50 anos e recebe um telefonema do i como prenda

Tomislav Ivkovic guardou a baliza do Sporting de 1989 a 1993


O húngaro Ferenc Meszaros foi o primeiro, no Espanha-82. E o último foi o belga De Wilde, no França-98. Pelo meio, o jugoslavo Tomislav Ivkovic, no Itália-90. O Sporting sempre teve queda para guarda-redes estrangeiros, de craveira internacional e Ivkovic não deixou o crédito por mãos alheias. Faz hoje 50 anos e está na Croácia, onde treina o Medimurje, da 2ª divisão local. Ao telefone, a conversa durou uma hora e meia... quase duas. Mas não fomos a penalties, porque aí o i perdia dinheiro. Como Maradona, que certa vez apostou com ele 100 dólares em como lhe marcava um golo no desempate entre Nápoles e Sporting e depois lá teve de ir ao balneário do Sporting com a nota representada por Benjamin Franklin. Este é só um dos momentos hilariantes da carreira de Ivkovic, aqui repassada por ocasião do seu meio século de vida.

Boa tarde Ivkovic, daqui Rui Miguel Tovar, do i.

Estás bom, pá? Há quanto tempo [o i falara com ele em Setembro do ano passado, a propósito do tal desempate de penáltis em San Paolo, entre Nápoles e Sporting, para a Taça UEFA]. Pensei que estivesses amuado comigo.

Não, nada disso. Desta vez telefono-te para uma entrevista de carreira.

É pá, isso vai custar-te tempo e dinheiro. Prepara-te.

Já interiorizei essa ideia. Como é que vieste parar cá a Portugal?

Ui, essa história. O meu passe pertencia ao Tirol Innsbruck, da 1ª divisão austríaca, e o presidente deles era o dono dos famosos cristais Swarovski. Não me queria deixar sair. Só por cem mil dólares, acho. O Sousa Cintra, recém-eleito presidente do Sporting, não lhe dava isso. Houve ali umas negociações, para ali, para cá, uns telefonemas curtos e outros prolongados, até que eu resolvi intervir e dei o que faltava do meu bolso para completar o preço pedido pelo gajo do Tirol e arrepiei caminho. Meti-me num jacto do Sousa Cintra e fui logo para Lisboa, onde fui apresentado aos adeptos e voltei a fazer o reconhecimento ao estádio.

Reconhecimento, parte 2?

Sim, já lá tinha estado em 1987, durante uma eliminatória europeia [a primeira ronda da Taça das Taças, entre o Sporting e o Tirol]. Levámos 4-0 e até me lembro dos golos que sofri: dois do Tony Sealy e outros dois do Paulinho Cascavel, o primeiro de penáati. Lá, em Innsbruck, estivemos a ganhar 2-0 e acabou 4-2, com golos de Sealy e Paulinho.

Esses dois jogaram contigo no Sporting?

Não, o Sealy já não. O Paulinho, sim. Até foi ele que marcou o primeiro golo do Sporting comigo na baliza [3-2 ao V. Guimarães]. Nessa época [89-90], o Sporting reforçou-se com o Fernando Gomes e os brasileiros Luisinho, defesa-central de classe mundial, Marlon Brandão, do Estrela da Amadora e Valtinho, do Sp. Braga, mais a subida de alguns juniores como Amaral e Figo.

Na altura já eras internacional jugoslavo?

Sim, estreei-me em 1983, com 23 anos, e no ano seguinte fui aos Jogos Olímpicos de Los Angeles, onde sofri um golo do Roger Milla [Jugoslávia-Camarões, 2-1] e trouxe a medalha de bronze para casa. Os guarda-redes jugoslavos eram eu e o Pudar, que mais tarde foi jogar para o Boavista, lembras-te?

Sim, sim.

A mesma dupla que já tinha ido ao Mundial sub-20 em 1979, no Japão. E foi aí que me cruzei com Maradona pela primeira vez.

Num jogo de futebol?

Sim, até te digo a cidade: Omiya. Perdemos 1-0 mas o golo não foi do Maradona. Ele bem que tentou mas quem me enganou foi um outro tipo [Osvaldo Escudero, que nunca jogou pela selecção A da Argentina].

E como...

Sabes como é que o Maradona me queria enganar? A marcar livres em jeito, com três dedos [com a parte exterior do pé]. Coitado! O artista! Mas alguma vez eu ia sofrer golos dessa maneira? Náaa. Da baliza, fiz-lhe logo a sinalética como quem diz ''assim não''. Ele riu-se. Sempre foi boa onda.

Mesmo quando defendias os penaltis dele?

Iá. Quer dizer, nessa coisa dos penáltis ele ficou atarantado e demorou a recuperar o sorriso, mas pronto recuperou, isso é que é importante.

Isso aconteceu duas vezes, não foi?

No Sporting-Nápoles em Setembro de 1989 e no Argentina-Jugoslávia em 1990. No primeiro, para a Taça UEFA, fui até ele e apostei 100 dólares [16 contos]. A ideia de o desafiar só me surgiu quando ele me apareceu à frente para marcar o quinto e último penalti da série. Se fosse golo, o Nápoles passava a eliminatória. Aproximei-me e disse-lhe que ele não ia marcar. Ficou a olhar para mim, incrédulo, e foi aí que apostei 100 dólares para o desmoralizar ainda mais. Foi o primeiro número que saiu da minha boca. Apostei 100 em vez de cinco ou 200. Ele estava visivelmente cansado, mas aceitou de pronto e continuou a olhar para mim. A verdade é que o desconcentrei. Quando o Maradona partiu para a bola, tive o feeling de que iria atirar para o meu lado esquerdo e defendi. No Mundial-90, não houve aposta nenhuma e defendi na mesma.

Esse jogo foi há 20 anos. Há quatro estiveste noutro Mundial, este na Alemanha, como treinador de guarda-redes da Croácia. Quais foram as principal diferenças que sentiste de 1990 para 2006?

Em 1990 o pós-jogo era fantástico. Por exemplo, na estreia, perdemos com a RFA por 4-1. Larguei uma bola fácil que resultou em golo, mas rapidamente ultrapassei esse erro. Eu e toda a selecção. Sabes porquê? Entre o balneário e o autocarro, havia uma espécie de zona mista para os jogadores e os alemães estavam lá a tomar cerveja. Todos eles, o Matthäus, o Brehme, o Völler, o Klinsmann. Eu entrei lá e comecei a falar com eles. Foi um espectáculo, porque saí de lá a pensar que tinha ganho o jogo. E não toquei em cerveja. O simples convívio com eles fez-me ver que nem tudo estava acabado. Esse sentimento estendeu-se ao resto do plantel. Por isso, chegámos aos quartos-de-final, depois de eliminar a Espanha nos oitavos. E aí sim, foi engraçado ver a diferença entre alemães e espanhóis. Porque os alemães beberam cerveja, falaram e divertiram-se. Os espanhóis não. Uns arrogantes, sempre de cara fechada.

Mas eles tinham perdido.

Sim, com dois golos do Stojkovic [2-1, após prolongamento], mas nós também perdemos com a Argentina, nos quartos-de-final, e fomos à zona mista. Era uma forma de descontrair. Mas também te digo, espanhóis e argentinos estiveram bem uns para os outros. Se a Espanha foi eliminada nessa tarde gloriosa da Jugoslávia e mostrou-se arrogante, a Argentina fez o mesmo e olha lá que tinha ganho nos penáltis. Sem merecer nada, mas isso é outra história. Ainda bem que esse Mundial foi para a RFA, pela boa disposição e fair-play dos jogadores e, já agora, pelo futebol prático e ofensivo.

Quando chegaste do Mundial-90 apresentaste-te no Sporting

Sim, já sei o que vais dizer. E estive presente naquela série de 11 vitórias seguidas no início do campeonato. À 12ª jornada não joguei, porque estava na selecção, nem o Luisinho, e empatámos 2-2 em Chaves. Mas a minha ausência nada tem a ver com o resultado. Se eu estivesse lá, e não o Sérgio [habitual suplente], o resultado seria o mesmo. A vida é assim, não há volta a dar.

E havia volta a dar três semanas depois naquele FC Porto-Sporting?

É pá, essa conversa não. Já sei o que vais dizer. Outra vez. É aquele história do Geraldão, não é? Bolas, eu não disse que sabia como é que ele marcava os livres. Simplesmente disse ao jornalista, já não sei a que jornal pertencia, que o Geraldão marcava os livres sempre da mesma maneira, mas que isso não implicava que soubesse o efeito da bola ou a força do remate. Mas pronto, o tal jornal publicou na primeira página, em letras gigantescas, que eu sabia como é que o Geraldão marcava os livres.

E aos cinco minutos, golo do FC Porto.

Do Geraldão. Um tiraço daqueles que nem vi a bola viajar. Só a vi no fundo da baliza. Mas isso foi um equívoco. Compreendam: eu nunca disse aquilo que o jornal noticiou. Foi tudo uma mentira pegada.

Essa foi a época em que o Benfica ganhou o campeonato nas Antas no tal jogo em que teve de se equipar no corredor pelo intenso cheiro a bagaço dentro do balneário e resolvido com dois golos de César Brito (2-0). Alguma vez sentiste esse cheiro a bagaço nas Antas?

Sempre.

Como?

Sempre. Mas julgas que o FC Porto só fez isso para aquele jogo específico com o Benfica? Isso era sistemático. É para perturbar, nada mais. Quantas vezes entrei ali e senti coisas estranhas! Se viesses cá à Croácia, mostrava-te umas coisas bem piores. Aquilo faz parte da força do FC Porto. É a intimidação. Para eles, é tudo um jogo. Do princípio ao fim. Por isso é que ganham quase sempre tudo. Pelos jogadores, pela estrutura, pelo futebol, pelo presidente. Mas quem é que não gostaria de ter um presidente como o Pinto da Costa? Por favooor. Dizem mal dele mas, no fundo, até desejavam um líder igual ou parecido na forma de cativar tudo e todos através do discurso, da acção, do método.

No Sporting não havia isso?

Eh pá, há diferenças. Nós sempre tivemos boas equipas mas faltava-nos sempre um bocadinho para estar ali ao nível do FC Porto. Estive lá quatro anos e não ganhei nada. E olha que os plantéis sempre foram sensacionais.

E os treinadores também?

Sim, Marinho Peres levou-nos às meias-finais da Taça UEFA. E o Bobby Robson era o Bobby Robson. Ainda me lembro dele nos primeiros tempos do Sporting... Maluco com o Amaral [extremo, produto da geração de ouro, campeão mundial em Riade-89]. Para o Robson, naqueles treinos de pré-época, era o Amaral e mais dez. E o miúdo era um fenómeno. Fazia coisas com a bola que mais ninguém fazia. Mas o Amaral rendia o quê nos jogos? Só 20 ou 30 por cento daquele potencial que realmente tinha. Foi uma pena, mas aquilo era psicológico. Ele entrava em campo e a magia desaparecia. Outro que jogava muito era o Peixe, mas também não tinha cabeça para aquilo. Era bom miúdo e bom jogador mas às vezes dispersava-se. E nessa época 1992-93 chegou o Porfírio. Era o mais maluco de todos. Pedia-me para sair connosco, ao Kremlin. E não me largava. Quando o ouvia lá ao fundo a chamar-me repetidamente Ivo, Ivo, já sabia que vinha aí malandrice.

domingo, 15 de agosto de 2010

MATA REAL

O SCP perder na Mata Real tornou-se um fato banal da era da GERAÇÃO DE OURO, como muitos outros fatos banais,
que se aprofundaram desde as promessas de 1995.

Ver na TVI o (ainda) presidente Bettencourt no camarote a rir-se aos 82m de jogo deixou-me a matutar.

Um Presidente da Direcção a rir-se perante uma eminente e humilhante derrota?

Há uns anos os sócios viram outro fato lamentável, também numa derrota na Mata Real, protagonizado por dois
ex-dirigentes da mesma GERAÇÃO DE OURO e nunca esqueceram… e teve efeitos colaterais.

Mas o Presidente estava a rir-se de quê?

• Da constituição da equipa?
• Do inovador esquema tático do treinador Paulo Sérgio Bento?
• Da compra do Pongolle?
• Da renovação por três anos do Pedro Silva?
• Da aquisição do argentino “Triglicéridos”?
• Dos milhões de €€€ que deu pela compra do Grimi?
• Da preço que o SCP está a pagar pela renovação do Polga?
• Do que custam todos os meses os salários dos jogadores que treinam à parte?

Perante tantas dúvidas, concluí que, se calhar, estava a rir-se dele próprio.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

FAIR PLAY ?






quarta-feira, 4 de agosto de 2010

PENSAMENTOS SOLTOS

A cada dia que passa nesta pré-época o futebol português perde jogadores de qualidade e adquire alguns de duvidosa competência.
Mas, o que importa realçar é a incapacidade de alguns ditos dirigentes desportivos. Como é aceitável que os sportinguistas estejam adormecidos e não se revoltem com as “negociatas” desta pré-época.
Pela boca morre o peixe! O Jorge Jesus já estava a encher o peito de ar, de que ninguém parava o Benfica e “pumba” caiu aos pés de uns ingleses simples e toscos.
Surpresa maior veio de Braga, com o afastamento do Celtic.