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sábado, 15 de maio de 2010

TREINO DESPORTIVO DE UM ÁRBITRO DE FUTEBOL

INTRODUÇÃO

No âmbito da disciplina de Treino Desportivo do Curso de Administração e Gestão Desportiva foi solicitado apresentar um trabalho sobre o micro ciclo de treino e respeitante apenas e somente a uma semana de qualquer período da época desportiva.

O trabalho visa enunciar pressupostos relacionados com o micro ciclo de treino e deve atender aos seguintes factores:
- Modalidade;
- Qual o escalão;
- Conter pelo menos três dias de treino;
- Diagrama de esforço / ciclo.

Posto isto, entendemos versar o trabalho sobre a preparação física de um árbitro de futebol.

Antes porém, indicaremos alguns conceitos importantes do treino e de seguida apresentaremos um plano de sintético da preparação física de um árbitro.

CONCEITOS DO TREINO

O treino desportivo tem como um dos seus objectivos obter um rendimento desportivo máximo. Este é distinto de acordo com o carácter de actividade se for recreativa e de manutenção em contraponto com as actividades desportiva profissional.

Carga de treino é elemento fundamental planeamento do treino e tem em conta três vertentes:

- Natureza;
- Grandeza;
- Orientação.

Existe de igual modo o factor de adaptação a ter em conta, por isso há necessidade de efectuar uma avaliação das capacidades físicas de cada atleta.

No organismo de cada desportista observam-se três fases fundamentais na reacção à intensidade da carga: a primeira é caracterizada pela activação dos sistemas funcionais que se traduz pelo aumento brusco da frequência cardíaca, a segunda é caracterizada pelo estado estável e por fim a terceira é caracterizada pela diminuição progressiva do equilíbrio.

Aqui devemos introduzir o factor da fadiga, a qual é considerada como um importante factor de mobilização dos recursos funcionais, e como um potente factor de adaptação.

Os fundamentos do exercício de treino a ter em conta são os seguintes:
1. Definição de exercício de treino;
2. Natureza do exercício de treino;
3. Estrutura do exercício de treino;
4. Princípios do exercício de treino.

A preparação de um praticante ou de uma equipa para a competição desportiva pretende conseguir que estes sejam capazes de resolver as situações que enfrentam durante a competição, procurando obter a vitória através:
- Do domínio das acções técnicas e dos comportamentos tácticos de uma determinada modalidade;
- Da adaptação do organismo aos esforços intensos solicitados pela competição; e,
- Da habituação progressiva dos praticantes às exigências psico-emocionais da competição.


PREPARAÇÃO DE UM ÁRBITRO DE FUTEBOL

O perfil psicológico de um árbitro deve ser tido em conta na sua avaliação e bem como no planeamento do treino físico. Na definição do perfil deve ser tido em conta o seguinte:

- Rigor: cultivar o hábito de, nas decisões a tomar, ver em separado o verdadeiro do falso;
- Isenção: repudiar todas as atitudes que sejam capazes de influenciar tendenciosamente quaisquer decisões;
- Segurança: aplicar o conhecimento adquirido;
- Tolerância: manifestar a disponibilidade para em casos pontuais assumir a participação pedagógica no reconhecimento do erro;
- Autoridade: torne merecedor do respeito dos outros agentes desportivos.

As qualidades de um árbitro são as seguintes:
- Capacidade de reacção;
- Calma;
- Honestidade;
- Integridade;
- Imparcialidade;
- Decoro;
- Rectidão;
- Sobriedade;
- Modéstia;
- Firmeza;
- Coragem;
- Coerência;
- Concentração;
- Atenção.

A maioria destas qualidades tem plena eficácia quando o árbitro se encontra com boa capacidade física, a qual resulta do treino desportivo adequado.

Antes de nos debruçarmos sobre a preparação física de um árbitro há a considerar que o perfil técnico de um árbitro deve ter em conta o seguinte:

- Acuidade visual e auditiva;
- Percepção imediata das situações;
- Oportunidade de decisão.

Conforme vimos atrás a carga de treino provoca uma diminuição na capacidade de trabalho até induzir a fadiga, estimulando assim o processo de recuperação, podendo esta atingir o estado de super-recuperação ou super-compensação da capacidade de trabalho.

A planificação do treino é feita tendo em conta o período em que se vai aplicar a metodologia de treino, ou seja se estamos em momento de pré-competitivo, competitivo ou não.

Na tabela abaixo podemos verificar a análise da qualidade trabalho com o grau de resposta, tendo em conta um padrão para cada indivíduo em função das intensidades e volume de cargas, sem descurar a percentagem muscular solicitada:

Tipo de trabalho Músculos solicitados Factor limitado
Local - 1/3 Muscular
Regional 1/3 a 2/3 Muscular e orgânica
Global + 2/3 Predominantemente orgânica

O planeamento da unidade de treino deve ter em conta ainda os seguintes factores:
- Identificação dos temas e tarefas;
- Determinação da estrutura e do conteúdo da sessão de treino.

As capacidades são desenvolvidas a partir dos seguintes factores:

1. Resistência

Para melhorar a resistência existem quatro métodos identificados:
- Método de duração;
- Método dos intervalos intensivos;
- Método dos intervalos extensivos;
- Método da repetição.

2. Força

Para melhor a força existem três métodos:
- Método da força máxima;
- Método da força rápida;
- Método da força resistência.

3. Velocidade

4. Flexibilidade


METODOLOGIA DO TREINO DE UM ÁRBITRO

A primeira fase que se denomina de aquecimento é importante porque deve ser adequado às capacidades orgânicas, musculares e psicológicas, do indivíduo, de forma a dotar o árbitro das óptimas condições de rentabilidade.

Deve ser adequado ao tipo de condições climatéricas e atmosféricas existentes; isto é, com frio e humidade, o tempo de aquecimento será progressivamente mais intenso. E o contrário também será necessariamente verdade, isto é: com clima seco e quente, deverá ser mais curto, embora com um grau elevado de intensidade, mas com pausas mais intervaladas.

No decorrer do aquecimento, o árbitro deverá procurar alhear-se do ambiente que o rodeia, visualizando em pormenor possíveis situações de jogo e respectivas soluções.

Sempre que possível o aquecimento deverá realizar-se no local de treino ou de jogo, verificando “ir loco” as condições do piso e todos os fenómenos que o rodeiam.

Plano de treino semanal em período competitivo:

1º Dia –

Objectivo geral: treino de recuperação.
Desenvolvimento:
- Corrida continua (lenta) 2 x 15 minutos;
- Intervalo de 5’ – caminhar e exercícios de flebilização geral e trabalho respiratório;
- Treino especifico de alongamentos musculares;
- Retorno à calma.

2º Dia
Objectivo geral: treino de resistência / velocidade.
Desenvolvimento:
- Activação geral: 10 minutos.
- Metodologia de treino abdominal e dorso-lombares.
- Alongamentos.
- 1 x 100 metros – corrida rápida – recuperação – corrida lenta;
- 2 x 75 metros – corrida rápida – recuperação – corrida lenta;
- 3 x 50 metros – corrida rápida – recuperação – corrida lenta;
- 4 x 25 metros – corrida rápida – recuperação – corrida lenta;
- 5 x 15 metros – corrida rápida – recuperação – corrida lenta;
- 6 x 10 metros – corrida rápida – recuperação – corrida lenta;

3º dia
Objectivo geral: treino de força / resistência.
Desenvolvimento:
- Activação geral – 10 minutos.
- Trabalho especifico de contracção e alongamentos muscular;
- Metodologia de treino em circuito – 9 estações, alternando pernas, abdominais / dorsais – 30’’ acção de 30’’ de recuperação (2 séries) – intervalo de 3 minutos entre séries;
- Corrida continua – 10 minutos;
- Alongamentos e retorno à calma;

4º Dia
Tentar arbitrar um jogo de preferência entre equipas federadas.

5º Dia
Objectivo geral: treino de velocidade.
Desenvolvimento:
- Activação geral – 10 minutos;
- Alongamentos musculares;
- Exercícios específicos de preparação para velocidade com mudanças de ritmo, sentido e direcção;
- 6 x 5 metros – saída: posição de deitado facial, dorsal, apoio de joelho no solo. Recuperar a caminhar;
- 5 x 10 metros – saída: posição de pé. Recuperar a caminhar;
- 4 x 15 metros – saída: posição de pé. Recuperar a caminhar;
- Corrida continua – 10 minutos;
- Alongamentos e retorno à calma.

6º Ou 7º dia
Jogo

CONCLUSÃO

Este trabalho foi elaborado de forma sintética sem introduzir outras variáveis que resultam do tipo de competição que o árbitro está inserido, bem como com as condições de terrenos de jogo que muitos árbitros ainda se sujeitam, apesar de nos campeonatos nacionais o futebol se praticar em relvados.

Poderíamos ainda introduzir outras variáveis que dizem respeito à preparação do árbitro assistente.

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