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sexta-feira, 21 de maio de 2010

O QUE É A LIDERANÇA?

Importa atender a algumas considerações iniciais antes de ponderar na resposta cabal à questão que é solicitada. Nesse seguimento, devemos compreender que na actualidade a concepção do homem social dentro de uma empresa / organização substitui a ênfase que antes era colocada nas tarefas, pela tónica que agora é colocada nas pessoas. Por outro lado, o trabalhador é considerado como um ser complexo, cujo comportamento na empresa, nomeadamente o trabalho, resulta de uma multiplicidade de factores motivacionais.
Posto isto, compreende-se que o comportamento das pessoas, assim como os grupos, exige um estudo de liderança, adequada. Por outro lado, o conceito de liderança sofreu profundas alterações e a organização / empresa treina os seus lideres para que estes consigam, através dos seus subordinados, altos indices de desempenho.
Peter Drucker considera que muitos insucessos das empresas são fruto de uma liderança ineficaz. Estima-se que as cem novas empresas que iniciam a sua actividade cerca de metade deixa de funcionar dois anos após o seu inicio e das restante 25% terminam a sua acitividade cinco anos depois.
De vários conceitos sob liderança importa referir o de George Terry (1960): “ a liderança é a actividade de influenciar pessoas fazendo-as empenharem-se voluntariamente em objectivos de grupo”. Isto aplica-se a qualquer tipo de organização.
Como tal a liderança deve ser entendida como um fenónemo de influência interpessoal exercida em determinados momentos através do processo de comunicação humana, tendo como finalidade atingir os objectivos definidos.
Para liderar há que atender às múltiplas funções no comportamento a ter, tais como: planificar, informar, avaliar, controlar, motivar, recuperar, punir entre outros.
Ao longo de muitos anos aceitou-se que os lideres tinham características únicas, para liderarem; como por exemplo: a amabilidade, a força fisica, a inteligência e outros.
Mais tarde, considerou-se que não existia uma habilidade especial própria de um lider, para o caracterizar, porque o seu comportamento difere com a situação e com os liderados. A liderança então implica uma relação funcional, porque exerce uma influênca interpessoal, isto acentua-se bastante no treino e na formação.
Por tudo isto é fácil compreender que um líder pode ter sucesso numa empresa e insucesso noutro contexto situacional.
Convém ainda ter presente que segundo Mc Clelland e Boyatzis (1982) existem três motivos para a liderança:
- Necessidade de poder – o líder gosta de influenciar as pessoas e eventos, procura de posições de autoridade;
- Necessidade de realização – gosto por alcançar um objectivo desafiador ou realizar uma tarefa dificil, ambicionar sucesso na carreira;
- Necessidade de afiliação – gosto por actividades sociais e procura por relacionamentos próximos das pessoas.
Sendo assim, facilmente se compreende que as definições associadas a três estilos de liderança:
- Autoritária;
- Democrática;
- Liberal ou laissez –faire
Os três tipos de lideres associados a estas tipologias definem-se facilmente do seguinte modo:
- Líder autocrático – é o lider que decide tudo, sem dar qualquer liberdade ao grupo de intervir. Fixa com rigidez todo o processo de organização do trabalho desde a distribuição Fixa com rigidez todo o processo de organização do trabalho desde a distribuição das tarefas até aos resultados. O líder é dominador e é ele que pessoalmente elogia e pune os membros do grupo, raramente considera os subordinados como pessoas mas sim como unidades de trabalho.
- Lider democrático – neste caso todas as directrizes são debatidas pelo grupo até que se chegue à decisão. É o grupo que decide autonomamente os procedimentos e as tarefas a realizar bem como a sua forma de organização para que os objectivos sejam atingidos. O papel di líder cinge-se muito a assistir e a estimular o debate de ideias.. O líder procura ser um membro igual aos outros, quando critica ou elogia, limita-se aos factos.
- Líder liberal – é aquele que dá liberdade completa nas decisões grupais e individuais. A partcipaçao do líder é mínima e incide sobre a sua sugestão de poder acrescentar algo ao grupo, dando liberdade absoluta ao grupo para controlar as tarefas e participação dos seus elementos. Por vezes este tipo de liderança é desvantajoso quando existem objectivos rigidos a atingir. O líder não regula nem avalia o que se passa no grupo.
De uma forma sintética pode-se concluir que para cada um três estilos de liderança existem as seguintes consequências:
Liderança autocrática – o grupo revela uma grande tensão, frustação, agressividade, ausência de espontaneidade e inciciativa. Não existe amizade. Embora, aparentemente gostem do que faze, não revelam qualquer satisfação em relação à tarefa. O trabalho só se desenvolve na presença fisica do líder. Quando este se ausenta os grupos produzem pouco e tendem a expandir os sentimentos recalcados, agredindo-se e tornando-se indisciplinados.
Liderança democrática – Desenvolve-se a amizade entre os vários membros do grupo. O líder e os subordinados desenvolvem comunicações espontâneas, francas e cordiais. O trabalho desenvolve-se a um ritmo suave e seguro, mesmo que o líder se ausente. Existe um clima de satisfação.
Liderança liberal – Apesar dos membros do grupo terem uma actividade intensa, a produção não é satisfatória. As tarefas desenvolvem-se ao acaso com oscilações e perde-se muito tempo com discussões. Fala-se mais de problemas pessoais do que de assuntos relativos ao trabalho. Verifica-se um certo individualismo agressivo e pouco respeito pelo líder.
O grupo que produz maior quantidade de trabalho é o autocrático, mas é o democrático que apresenta uma maior qualidade no trabalho.
Posto isto, o Modelo Multiplex acenta na pilotagem pela liderança ou pela chefia, os quais se distinguem em diferentes formas de actividade:
O modo de liderança fomenta a coesão grupal ao invés o chefe define-se pelo papel de representante e porta-voz.
O lider proprõe e discute valores, o chefe faz o papel de historiador, registador e difusor dos valores grupais.
O chefe formaliza muito os aspectos técnicos e os processos de difusão de informação, enquanto o líder cria polarizadores motivacionais e partilha a informação, negociando metas.
O lider sabe escutar e negociar, desenvolvendo o saber e o treino de competências. Por outro lado o chefe cinge-se às rotinas, é muito formal e inflecxível nas normas.
O líder delimita as fronteiras do grupo, o chefe delimita as fronteiras justificando através de normativos.
Para melhor escolhermos o estilo de pilotagem mais adequado na liderança devemos atender à complexidade de um sistema de comunicação humano em cada situação e contexto e avaliar segundo os seguintes parâmetros:
Nível de informação utilizado – não nos cingirmos ao armazenamento, mas também à sua utilização;
Variedade interna – dinamizar a diversidade dos componentes do sistema;
Variedade externa – atender à diversidade das entidades do contexto relacional do sistema;
Grau de integração das diferentes partes do sistema – saber contribuir para interação entre os componentes do sistema no quanto baste.
Em conclusão, pode-se afirmar que a capacidade de desempenhar a pilotagem sob o modo de liderança é mais vantojosa, uma vez que este
modo é fácilmente ajustável a situações de menor complexidade, ao
passo que o modo chefia tem insuficiências notórias nas situações de alta complexidade. A liderança é expedita na análise da informaçã, mais
flexível e aberto na relação com a diversidade interna e externa, e responde melhor às exigências motivacionais dos colabores.
Mas, para que uma boa liderança seja considerada como tal obriga que o líder saiba aprender a utilizar todos os instrumentos que possui, conhecer-se a si próprio e o contexto.

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