Quis o
destino que estes pensamentos chegassem às mãos dos leitores na véspera das
eleições do Sporting Clube de Portugal, apesar disso não iremos abordar o
assunto das candidaturas.
Estas
eleições do clube ocorrem num momento gravíssimo da instituição em si e da
sociedade em que está inserido. Todos sabemos e sentimos as alterações de
paradigmas de vida necessários a implementar no quotidiano.
Acreditamos
que o Sporting mais uma vez será pioneiro a dar um exemplo de padrão de
conduta, que urge implementar na gestão desportiva dos clubes, em especial em
Portugal. Esta alteração tem que ser feita de forma consciente por todos os
dirigentes, englobando nela os jogadores, técnicos e demais agentes desportivos
sejam eles empresários ou não.
Todos
temos conhecimento que o futebol é a modalidade mais praticada no mundo e a que
movimenta de forma global mais verbas financeiras, no entanto, não no top dos
atletas mais remunerados aparecem outros que não os futebolistas.
A Europa tem
centrado as atenções do mundo do futebol nas últimas décadas, existem dúvidas
se este desequilíbrio não será alterado; por esse fato a UEFA pretende
introduzir padrões de controlo financeiro. Não é mais possível continuar a ter
uma indústria do futebol que por exemplo em 2011 tinha estes números no
continente europeu: por cada 9 euros de custo resultava 8 euros de proveitos.
Se
olharmos para o ano de 2007 os prejuízos dos clubes europeus de futebol
rondavam os 600 milhões de euros e subiram para o patamar de 1.7 milhões de
Euros no final do ano 2011.
Estes
números são galácticos!
Se
olharmos de forma pormenorizada certos números constamos que existe um grupo
não tão residual como se pensa, de clubes europeus que possuem resultados
financeiros positivos e são competitivos. Os nossos clubes portugueses estão
numa situação deveras dramática em vários parâmetros:
Temos
estádios dimensionados para a população que não temos; as nossas instituições
desportivas possuem uma deficiente gestão desportiva, salvo raras exceções; nos
últimos anos a Federação tem descurado em muito a promoção do futebol ao nível
de base, a sua grande preocupação tem sido nos grandes eventos desportivos.
Existem de
qualquer modo fatores e apostas positivas que ocorreram. Consideramos que neste
momento e atendendo ao período eleitoral leonino, acreditamos que a próxima
década vai ser fundamental para mexer no quadro competitivo, desde os
distritais aos nacionais.
Se para a
sobrevivência e o crescimento do futebol tiverem que ser extintos alguns clubes,
que isso aconteça, para que se possa adquirir uma maior transparência. Estamos
convictos que alguns dirigentes andam distraídos com a nova Lei das Sociedades
Desportivas.
Nota: Que se passa com o Desportivo de
Alcochete? Desconheço se os estatutos foram alterados, se tal não ocorreu
porque, razão não houve Assembleia-geral em Janeiro?